Blog do Prof.Ivandro Coimbra da Silva referente a atualidades da conjuntura econômico-financeira através de diálogos com o empresariado, profissionais da área, professores, alunos e internautas.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Catástrofe no Haiti, em Angra, Candelária, Agudo, Três Coroas, Igrejinha, ...
Muito difícil fazer qualquer comentário após a tragédia que abateu o Haiti, cuja crise e a miséria se agrava ainda mais após a destruição causada pelo terremoto que dizimou milhares de vidas naquele País. Um País a beira da miséria que buscava seu caminho com a ajuda das Nações Unidas, cuja origem podemos nos reportar a uma invasão espanhola em 1492, que escravizou e matou quase todos os índios e nativos da região. A parte oeste da ilha (atual Haiti) foi cedida à França em 1697, e os franceses passaram a cultivar cana-de-açúcar utilizando mão-de-obra escrava africana. Influenciados pela revolução Francesa, os escravos se rebelaram em 1791 e conquistaram sua independência apenas em 1804, e se tornaram a primeira nação negra das Américas. Em 1806, um golpe da elite mulata tomou o poder. Já em 1814 o lado leste da ilha foi retomado pela Espanha. Os Estados unidos fizeram uma ocupação no território do Haiti entre os anos de 1915 e 1934. François Duvalier foi eleito presidente do Haiti em 1957, quando instalou uma ditadura com perseguição aos opositores e à igreja Católica, espalhando medo, terror e morte por todo país. Com sua morte em 1971, seu filho Jean-Claude Duvalier, assumiu o poder, com poucas mudanças em relação ao regime aplicado por seu pai. Em 1986, com o aumento dos protestos populares ele fugiu para a França. O Padre Aristide tornou-se presidente após as eleições de 1990. Um golpe militar no ano seguinte levou Aristide a ser deposto. Os Estados Unidos e a ONU pressionaram o país para que Aristide voltasse a governar a nação. Em 1994 o Haiti foi ocupado por uma força multinacional, a qual concedeu o poder novamente a Aristide. Após as eleições de 2004, grupos rebeldes começaram um levante armado que se espalhou pelo país, o que fez com que o Aristide renunciasse ao governo. A ONU aprovou o envio de tropas armadas para o Haiti, na tentativa de restabelecer ordem. Dos 8 mil soldados enviados, a maioria é de brasileiros, pois o Brasil foi o país que mais cedeu homens para a missão e foi escolhido para comandar a operação, a qual continua até os dias atuais. Muitos países se tornaram marginalizados em conseqüência das dificuldades com a sua infraestrutura, com a política opressora de seus governantes, instituições fracas e governos corruptos. A implicação disso é que a mudança de regime para a democracia, exige não somente a abertura das nações ao comércio, ao investimento, ao desenvolvimento, mas também ações complementares em várias áreas, a exemplo das diversas missões internacionais no Haiti. O terremoto aprofundou a catástrofe existente. Milhares de vidas ceifadas, inclusive de muitos valorosos brasileiros, anônimos ou não, que colocavam sua vida à disposição daquele povo sobrevivente. Espero que possamos aprender com esta catástrofe. Aprender com a necessidade de solidariedade, de ajuda mútua, mas também de respeito a natureza, relacionado as questões ambientais, a exemplo do aquecimento global, do desmatamento, do tratamento dos resíduos, do lixo, problemas intrinsecamente mundiais. Estes problemas exigem cooperação internacional e com vontade política, a cooperação torna-se mais fácil em um mundo integrado. Perdoem-me os leitores, pois com todo respeito às vitimas no Haiti, não poderia deixar de lembrar as nossas catástrofes internas: o desastre de Angra dos Reis, que transformou um paraíso natural em sinônimo de morte e destruição, cujas conseqüências além das vidas ceifadas, será lançar centenas de pessoas à rua, com a destruição e a interdição de suas casas, suas posses, seu tudo. As cheias em Agudo, a queda da ponte, as enchentes no interior de nosso estado, as safras, e, principalmente, as vidas perdidas...a exemplo de Santa Catarina, onde os recursos demoram a chegar. Aliás, para os nossos nativos, parece que os recursos nunca chegam... É louvável agilidade das autoridades no atendimento da catástrofe do Haiti, pela dimensão da catástrofe, pela magnitude da destruição, pelo histórico daquele Pais, até pelo que relatei anteriormente, mas fica o desejo que a agilidade das autoridades brasileiras também possa ser aplicada internamente em nosso País. Informações, criticas e/ou sugestões, pode entrar em contato com este colunista: profivandro@gmail.com
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Prof. Ivandro Coimbra da Silva,ficou ótimo o artigo;fale-nos sobre as catástrofes naturais atuais,iniciando por Candelária,tua cidade natal.A mudança climatica na visão de um economista.Um abração. MARCELO.
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