sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O crescimento do mercado automobilístico? E a Ford como estará na Bahia?

Na coluna de sexta-feira passada falava de crescimento econômico, poupança e investimento como forma de promover o crescimento econômico, com o título: Você milionário! Seria possível juntar um milhão? Não preciso dizer que recebi alguns retornos em relação a cifra apresentada pelo artigo. A vantagem de escrever uma coluna semanal é que posso complementá-la na semana seguinte. Explico: o valor de um milhão de reais refere-se a um número emblemático na literatura financeira, servindo como exemplo, possível de ser alcançado, talvez improvável, mas não impossível. Obviamente com valores menores depositados mensalmente obtém-se ao longo do tempo montantes menores, mas não menos interessantes. Envelhecer, amadurecer, chegarmos a terceira idade, como queiramos chamar, com algum dinheiro reservado, é melhor do que não separarmos nada. Não esqueçamos que, se nossa expectativa de vida tem crescido nas últimas décadas, está é uma via de mão dupla: quanto mais vivemos, mais precisamos prover recursos para subsistir ao futuro. Mas reconheço que o crescimento individual como forma agregada de garantir o crescimento da economia realmente parece ser uma utopia, cabendo as empresas e aos governos o maior papel de prover condições para que este crescimento seja possível. Sabe-se da dificuldade dos Estados e da União de dispor de recursos para investimento, afinal o tão falado Déficit Público, é público primeiro pela notoriedade, e segundo, pelo esforço que obriga a nós brasileiros a contribuir com impostos, taxas e contribuições diversas. De qualquer forma uma das grandes dúvidas que levaremos para sempre no futuro, é como estaria a região do entorno de Guaíba, e todo a economia do RS, se apesar da dificuldade, o desembolso necessário ao cumprimento do contrato do Governo do Estado com a montadora Ford, com um pouco mais de empenho e vontade política, tivesse sido realizado. Entendo ser este um dos maiores equívocos da história moderna de nosso Estado, um prejuízo talvez nunca mais recuperado, pois o investimento neste caso, alegadamente oneroso aos cofres públicos, seria mesmo assim, um mal necessário ao desenvolvimento e geração de renda de nosso estado, desde que esta análise tivesse sido feito com um mínimo de boa-vontade. Como fazer para reparar a perda dos milhares de empregos que deixaram de ser criados na região metropolitana, e, em especial em Guaíba, com a não realização do projeto pensado para Ford, sem falar na atual duplicação da fábrica na Bahia, conforme amplamente anunciado ainda neste ano de 2009. A planta de um empreendimento deste porte, e a conseqüente matriz produtiva, anterior a montagem do carro completo, com os fornecedores de plásticos, bancos, esponjas, peças, transporte, entre centenas de itens, tendo ainda, cada fornecedor a sua respectiva rede de fornecedores, é complexa e proporciona postos de trabalho importantes, que por sua vez geram renda e impostos. A análise similar das conseqüências no número de vagas ofertadas na cadeia produtiva posterior ao automóvel montado, com a rede de revendedores, consórcios, hotéis, postos de gasolina, oficinas mecânicas, apenas para citar alguns exemplos, seria de igual maneira importante de ser considerado. O governo estaria da mesma forma incentivando e proporcionando aos pequenos e médios empresários, aos trabalhadores e a toda a sociedade, a possibilidade de absorver ganhos deste crescimento disseminado em toda a economia. A Ford poderia ter sido o ponto inicial de referência para desenvolver a metade sul do Estado, entre outros aspectos. Uma pergunta poderia talvez minimizar este sentimento de perda: Gravataí abriria mão dos investimentos realizados na GM ao longo destes anos? A resposta desta pergunta poderia revelar se um esforço similar com a Ford teria valido a pena ou não. Quem sabe uma pesquisa organizada pelo site do jornal poderia nos revelar o sentimento do leitor a respeito. Se desejar entrar em contato direto com este colunista, para criticar, sugerir, opinar, perguntar, por favor, escreva para o e-mail: profivandro@gmail.com

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