sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O poder do juro composto e a Alavancagem Financeira: destruição ou criação de valor?

Tenho recebido alguns questionamentos sobre o teor das minhas colunas: Primeiro gostaria de repetir que escrevo com entusiasmo esta coluna semanal, porque acredito nesta tese da independência financeira, do crescimento individual e familiar, como células individuais de crescimento que poderão, inclusive, no agregado, se refletir em toda a economia. Segundo: não existem segundas intenções, porque não pretendo vender investimentos, serviços financeiros ou qualquer outro tipo de produto comercial, apenas, modestamente, contribuir para o crescimento financeiro de nossos leitores, e irradiar possibilidades positivas para o futuro das pessoas. Gostaria de salientar também que, sempre acreditei em poupar dinheiro para aplicação futura, até em virtude de minha origem, bastante modesta, e que cansado das limitações financeiras que passei na minha infância e juventude resolvi deste cedo trabalhar muito, mas sempre pensando em poupar para usufruir em coisas boas: poupar para viajar, comprar bens e serviços para o nosso conforto pessoal, de forma mais racional e inteligente, e conquistar a possibilidade de desfrutar desta independência financeira. No caso de infortúnios futuros, ao menos poder estar minimamente preparado para enfrentá-los. Sou um cidadão comum. Também trabalho, e muito; faço compras a prazo, trajo roupas que também comprei no cartão de crédito, enfrento a correria diária no transito em um automóvel que ainda não está quitado, enfim coisas do tipo. Mas o leitor pode ter a certeza que realizo as coisas que preconizo na coluna. Faço aplicações em renda fixa mensalmente; tenho capitalizações mensais, que levam a uma reserva forçada de dinheiro, entre outros aspectos financeiros em que procuro compensar os eventuais, eu diria, inevitáveis juros de parcelamentos que por ventura possa ter assumido. A questão é que não podemos comprometer toda a nossa renda com estes parcelamentos. O juro composto quando só pagamos, e não recebemos, sob nenhuma hipótese, é como um câncer que consome toda a nossa renda, nossa capacidade presente de pagamento, e também a possibilidade futura de crescimento. Trabalho com muita insistência com meus alunos o conceito de Alavancagem Financeira, que significa utilizar recursos de terceiros para que possamos crescer além do nosso patrimônio atual. Explico: quando compramos um carro financiado em 60 vezes, não necessariamente precisa ser um mau negócio do ponto de vista financeiro. Se não dispomos de capital próprio para comprar, e se este carro estiver sendo utilizado de forma produtiva, a serviço de uma atividade que gere recursos além do custo do financiamento, estarei utilizando recursos de terceiros, que poderão na atividade que desempenho, proporcionar recursos excedentes ao custo deste financiamento, gerando então a chamada alavancagem financeira para o crescimento individual, da empresa ou do prestador de serviço. Este conceito pode ser visualizado nos financiamentos de veículos para profissionais liberais, a exemplo dos motoboys, taxistas, ou pequenos e grandes empresários na formação da sua frota, entre outros exemplos. Acontece que, quando realizamos este tipo de financiamento, apenas para utilização pessoal de um automóvel, ou trocamos o celular, ou compramos uma geladeira nova, estamos adquirindo, na verdade, mais um compromisso, mais uma dívida, muito mais do que um bem ou um ativo; na verdade apenas mais um passivo. Quando afirmava que podíamos mudar nosso futuro com a mentalidade de primeiro poupar, depois consumir, é o sonho de utilizar o poder do juro composto, a nosso favor. Cuidado com as armadilhas até mesmo anunciadas na mídia, com relação a financiamentos de carros novos, e as facilidades das chamadas Ações Revisionais, para a redução das prestações. Não entendo como ainda são permitidas propagandas deste tipo: Possibilidades de redução das mensalidades dos financiamentos em primeira instância podem ser revertidas em instâncias superiores na justiça, tornando-se um problema grave no futuro. Não podemos esquecer que ao assinarmos um contrato deste tipo, devemos ter conhecimento do prazo, do número de prestações e da taxa de juros contratada, e que, ao menos em tese, sabemos o que estamos assinando, e, não estamos sendo coagidos. Na melhor das hipóteses, quem ganha uma ação em primeira instância deste tipo, deveria colocar na poupança a diferença não paga na parcela, ou depositar o valor em juízo, porque no final tudo poderá voltar com juros e correção monetária. A promessa de vantagem hoje, pode se tornar um grande problema amanhã, sem falar que, uma ação revisional das prestações na justiça trará dificuldades futuras ao autor para comprar um novo automóvel financiado... Isto os profissionais que oferecem este serviço não dizem?! Para quem desejar entrar em contato com este colunista: profivandro@gmail.com

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