Blog do Prof.Ivandro Coimbra da Silva referente a atualidades da conjuntura econômico-financeira através de diálogos com o empresariado, profissionais da área, professores, alunos e internautas.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
E agora Brasil? Vamos decolar?
Perder o emprego pode ser um dos eventos econômicos mais difíceis de ser enfrentado na vida das pessoas, tanto financeiramente, quanto emocionalmente. Por óbvio a maioria das pessoas conta com os ganhos de seu trabalho para sobreviver e manter seu padrão de vida. Além disso o trabalho pode representar não só a renda, mas também a realização pessoal e profissional. Neste contexto, a perda do emprego pode afetar a auto-estima das pessoas e significar a queda no padrão de vida no presente, e muita ansiedade e incertesa em relação ao futuro. O bem estar econômico de uma sociedade está representado pelo crescimento econômico de um país que é medido pelo seu Produto Interno Bruto – PIB. O PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um país em um dado período de tempo, e parece evidente, a correlação entre o produto interno bruto e o desemprego. À medida que o PIB aumenta, a taxa de desemprego tende a diminuir, portanto, o crescimento econômico e a oferta de postos de trabalho estão relacionados. Nos últimos anos, sempre que a economia cresceu mais de 4%, a taxa de desemprego diminuiu. As previsões para 2010 são positivas. Na revista The Economist, em sua matéria de capa do dia 12 de novembro, aparece a foto do Cristo Redentor “decolando” como se fosse uma nave espacial, representando a recuperação econômica, que o Brasil já está verificando pós crise, e antevendo os investimentos que serão necessários como preparatórios a Copa de 2014 e Olimpíada em 2016. Além disso, com a estabilidade política, reservas internacionais em alta, déficit público e inflação sob controle, entre outras variáveis macroeconômicas, proporcionam ao Brasil ser pólo recebedor da atenção internacional dos investidores, apesar dos problemas relacionados à segurança pública, corrupção e infra-estrutura. Grandes redes de varejo, indústrias e empresas prestadoras de serviço investem no Brasil, tendo presente a importância do mercado interno, com o crescimento da renda dos brasileiros, e obviamente, a possibilidade de rentabilidade de seus investimentos. No Rio Grande do Sul, o pólo naval da cidade de Rio Grande deverá ser gerador de novos investimentos, postos de trabalho e renda, multiplicando em muito a oferta de vagas na região, ressalvado a nossas limitações de oferta de trabalho especializado e à formação de nossa mão-de-obra para atender a qualificação necessária no preenchimento destas vagas. Os indicadores são positivos para os próximos anos. A cada ano o mercado de trabalho pressiona a economia para a criação aproximada de 1,5 milhões de novos postos de trabalho, sendo que o PIB teria que crescer pelo menos 5% ao ano, para absorver somente os novos ingressantes na disputa por uma vaga. Portanto, criar condições para o crescimento econômico sustentado, com taxas anuais, no mínimo, iguais a 4% a longo prazo, é uma condição indispensável para a melhoria do mercado de trabalho. Políticas públicas, a exemplo do PAC - Plano de Aceleração do Crescimento, são bem-vindas para aqueles setores com maior potencial de geração de empregos diretos e indiretos em geral, a exemplo da indústria da construção civil, da indústria de transformação, de incentivos ao agronegócio, entre outros, desde que saiam do papel e recebam apoio, independente das questões partidárias e ideológicas de nossos políticos. Resta-nos estar esperançosos com relação ao futuro a partir de 2010, mas precisamos fazer a nossa parte. A possibilidade de cada colaborador contribuir cada vez mais com a geração de utilidade para as empresas e para o mercado são indispensáveis, e pode ser resumida no conceito de empregabilidade. Conhecimento multidisciplinar, força de vontade, entusiasmo, e, principalmente gostar do que se faz, é fundamental, em qualquer atividade que escolhermos. Não basta formação, precisamos estar preparados para nos inserirmos neste mercado, cada vez mais competitivo. Atributos subjetivos, como capacidade de discernimento, de raciocínio, conhecimento geral, facilidade de comunicação, entre outros, complementam o perfil do trabalhador desejado pelo mercado. A formação pode ser pré-requisito para o ingresso no mercado de trabalho, mas para nos mantermos nele, precisamos além da competência, realizar nossa função da melhor forma possível! Aos pequenos e médios empresários, grupo que me incluo, só nos resta continuar trabalhando, gerando empregos, pagando impostos, observando as oportunidades. Não podemos parar de pedalar, a bicicleta pode cair!
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