Blog do Prof.Ivandro Coimbra da Silva referente a atualidades da conjuntura econômico-financeira através de diálogos com o empresariado, profissionais da área, professores, alunos e internautas.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Atualizações do blog
Em plena corrida eleitoral tudo promete ser diferente, tamanha a quantidade de promessas e soluções apresentadas por todos os canditados. Se após as eleições, parte destas promessas forem transformadas em realidade, poderemos ter alguns avanços. Em nosso blog ao se pretender discutir questões sobre atualidade, falar de economia, desenvolvimento, necessariamente, passamos pelo conceito de sustentabilidade. Desenvolver a economia, mas crescer com o mínimo de agressão possível ao meio ambiente, sem engessar a atividade econômica. Sendo assim, ao começarmos a desenvolver nosso blog para tratar de economia e finanças, adicionamos em nossa lista o blog http://grupogaaiablog.blogspot.com/, do grupo GAAIA-preocupado em discutir questões relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade do planeta. Pretendemos crescer no diálogo com todos os internautas, no que tange à crescimento econômico e sustentabilidade.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Uau!!! Bolsa de valores...mas há riscos!
Uau!!! Bolsa de valores...mas há riscos! Com a drástica redução dos ganhos inflacionários, após a implementação do Plano Real, em julho de 1994, pode-se imaginar o impacto na receita financeira das empresas, e na rentabilidade das poupanças das famílias. Passada a fase do imposto inflacionário, anterior a estabilização da economia, passamos a aprender a conviver com preços mais estáveis e com a importância de possuirmos uma economia sem a remarcação indiscriminada dos preços, sem a cultura inflacionária. Por outro lado, quando os rendimentos financeiros passam para próximo de zero, torna-se muito difícil manter o incentivo a poupar. “Ofertas arrasadoras” e parcelamentos tentadores, quase sempre, vencem a possibilidade de se pensar, em primeiro poupar; para depois comprar a vista, com a possibilidade de desconto. A alta taxa de juros para o crédito, é o instrumento utilizado para conter a demanda, e manter sob controle a inflação, mas infelizmente, na maioria das vezes, pensamos na parcela que podemos pagar, e não no custo total do financiamento. Exemplos do tipo R$ 1,00 de entrada, e o saldo em 48 vezes, leva-nos, com raríssimas exceções, a pagar duas vezes ou mais, pelo valor do bem, sem necessidade de recorrermos a cálculos financeiros elaborados para chegar a esta conclusão. Neste contexto de rendimentos escassos, surge o milagre dos rendimentos em Bolsa de Valores. Uma febre que contagiou o mundo na última década, com rendimentos muitas vezes superiores a renda fixa. Se bem administrada pode realmente proporcionar ganhos diferenciados; mas também, proporcionar perdas irreparáveis, a exemplo do caos financeiro gerado no centro do mundo econômico-financeiro no ano passado, mais precisamente wall street, que contaminou o mundo todo. Fraudes gigantescas em pirâmides financeiras sem lastro real, desconhecimento do mercado, e supervalorização de ativos financeiros provocaram a derrocada das economias de muitas empresas e famílias em todo o mundo. Isto porque a busca por rendimentos financeiros extraordinários, nos expõe ao risco demasiado, e uma das regras básicas da economia, já evidencia que, quanto maior o rendimento; maior o risco envolvido. Para este tipo de aplicação em bolsa de valores, ou em FIF- Fundos de Investimentos Financeiros, lastreados em papeis listados na bolsa, que podem ser adquiridos em qualquer banco, não necessariamente corretoras de valores, a regra, é não colocar todo o dinheiro que se dispuser, neste tipo de aplicação. Parte da economia das famílias deve estar aplicada, investida em ativos reais, tais como imóveis, terrenos, ou até mesmo em empresas, que possam gerar valor através da renda e/do trabalho. Havendo disponibilidade financeira, uma parte pode estar aplicada no que chamamos renda fixa. Aplicações em Poupança, CDB, RDB ou FIF’s - com rendimentos pré-fixados. Aplicações em renda variável, como o próprio nome já diz, em que e o rendimento poderá variar, para mais, ou para menos, pós-fixado, portanto, lastreado em ações da bolsa de valores, ou diretamente em bolsa, poderão ser feitas, mas apenas com recursos, absolutamente disponíveis. São aplicações que poderão dar um retorno interessante a longo prazo, mas também poderão ter problemas com relação a rentabilidade, ou até mesmo na garantia do capital investido. Trata-se de um acompanhamento mais detalhado, que deve receber atenção mais cuidadosa, mas que é possível transitar com valores mais modestos em fundos mantidos pelos bancos, onde eles sãos os responsáveis pela gestão, cobram taxas de administração e oferecem rentabilidades diferenciadas, em relação a renda fixa, mas sempre com exposição ao risco. Tomar recursos de terceiros, pedir empréstimos, vender ativos reais, para aplicação em renda variável, nunca deverá ser feito, pois em caso de problemas, as economias desaparecem e ficam somente as dívidas. Não esqueça: Os bancos fornecem guarda chuva quando tem sol, e retiram quando começa a chover! Sugiro para quem desejar mais informações sobre bolsa de valores o site www.infomoney.com.br. Trata-se de um site especializado, com dicas, análises e oportunidades sobre tudo que acontece no mercado financeiro.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Planejamento, Capacidade Inovativa e Previsão Orçamentária
Um dos problemas das organizações, e das famílias, é a falta de planejamento, e a conseqüente redução do empirismo na tomada de decisões. A intuição precisa ser acompanhada por fatos e dados, de modo a evitar retrabalhos e custos com procedimentos desnecessários e inadequados. Com a falta de pensar a respeito da empresa sem o ato de planejar, podemos limitar a capacidade de inovar e melhorar processos. Nas empresas quando mapeamos processos, isto é, descrevemos as atividades que realizamos, através de informações, documentos, relatórios, possibilitamos descrever de forma detalhada nossa atividade, para que, e para quem, ela esta sendo realizada, conseguimos assim desenvolver o chamado roteiro do processo da atividade que esta sendo realizada. Este mapeamento permite a revisão de custos, das margens de lucro, e também a qualidade de nosso atendimento. Nas famílias, e, em nossa vida pessoal, a realização de um planejamento, passa pela confecção de uma planilha orçamentária que identifique as receitas, as despesas e os investimentos a serem realizados no presente e no futuro. Aonde queremos chegar, quais os nossos sonhos para o futuro. No presente, precisamos realizar o diagnóstico da situação atual, patrimônio, dívidas, receitas e despesas. No futuro precisamos contrapor as receitas possíveis de serem geradas e as despesas sempre necessárias. Precisamos sobreviver, mas somente separando os custos/despesas inevitáveis, dos custos/despesas não-prioritárias ou passiveis de serem reduzidas, poderemos imaginar a possibilidade de crescimento financeiro real pessoal, familiar e empresarial. Nas empresas esta análise pode ser feita de forma individualizada, por atividades, ou por prestações de serviços de departamentos, fazendo com que as pessoas e os recursos sejam identificados de forma a identificar falhas e na prestação dos serviços, ou melhorias, possíveis de serem introduzidas no sistema. O pensamento sistêmico da atividade, do processo, e as diversas relações que são afetadas pelo serviço que prestamos, é a possibilidade de termos uma visão geral da empresa. Nosso trabalho deve agregar valor à organização, e as pessoas atingidas e beneficiadas por ele, com pequenos avanços sendo perseguidos ao longo do tempo. Nas grandes empresas esta cultura da excelência, em toda e qualquer atividade, cria um ambiente de melhoria contínua e a possibilidade da inovação. Inovação aqui considerada como pequenas melhorias nos processos, mas que, sem elas não são possíveis viabilizar grandes melhorias e até mesmo, verdadeiras inovações, com a geração de um produto ou serviço realmente diferenciado. As empresas reconhecidas como inovadoras, desenvolveram esta capacidade de mudar, através de pessoas convidadas a pensar e repensar processos e tarefas constantemente. A criatividade, com raras exceções, não é fruto somente de um cérebro iluminado, mas de uma cultura agregativa, que retém conhecimento e disponibiliza espaço às pessoas para pensar. Tendo presente este ponto de vista, planejar, seria este parar para pensar. Tentar fugir da rotina do dia a dia, que nos consome, da cultura do apagar incêndio, para o planejamento das atividades, e a eleição de prioridades. O cotidiano precisa ser feito, mas não podemos ser atropelados por ele. Nas empresas a cultura inovativa será viabilizada pelo planejamento. É com o processo instaurado de pensar, que poderemos avaliar nossas rotinas, aprimorá-las, desligar o piloto automático de nossa atividade diária. Nas famílias viabilizaremos nossa capacidade de poupar e crescer com planejamento orçamentário, muito diálogo e respeito às nossas limitações financeiras. Do ponto de vista do orçamento pessoal para quem conhece planilhas do MS/Excel, fica muito fácil controlar as receitas e as despesas futuras. Para quem possui Conta-Corrente, é possível dentro de uma simples planilha, simples mas eficaz, termos o controle dos cheques emitidos, depósitos, tarifas, além das receitas e despesas futuras, e o controle das aplicações, se for o caso. Para quem desejar mais informações e receber modelos de planilhas no excel, entre em contato pelo e-mail: profivandro@gmail.com
E agora Brasil? Vamos decolar?
Perder o emprego pode ser um dos eventos econômicos mais difíceis de ser enfrentado na vida das pessoas, tanto financeiramente, quanto emocionalmente. Por óbvio a maioria das pessoas conta com os ganhos de seu trabalho para sobreviver e manter seu padrão de vida. Além disso o trabalho pode representar não só a renda, mas também a realização pessoal e profissional. Neste contexto, a perda do emprego pode afetar a auto-estima das pessoas e significar a queda no padrão de vida no presente, e muita ansiedade e incertesa em relação ao futuro. O bem estar econômico de uma sociedade está representado pelo crescimento econômico de um país que é medido pelo seu Produto Interno Bruto – PIB. O PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um país em um dado período de tempo, e parece evidente, a correlação entre o produto interno bruto e o desemprego. À medida que o PIB aumenta, a taxa de desemprego tende a diminuir, portanto, o crescimento econômico e a oferta de postos de trabalho estão relacionados. Nos últimos anos, sempre que a economia cresceu mais de 4%, a taxa de desemprego diminuiu. As previsões para 2010 são positivas. Na revista The Economist, em sua matéria de capa do dia 12 de novembro, aparece a foto do Cristo Redentor “decolando” como se fosse uma nave espacial, representando a recuperação econômica, que o Brasil já está verificando pós crise, e antevendo os investimentos que serão necessários como preparatórios a Copa de 2014 e Olimpíada em 2016. Além disso, com a estabilidade política, reservas internacionais em alta, déficit público e inflação sob controle, entre outras variáveis macroeconômicas, proporcionam ao Brasil ser pólo recebedor da atenção internacional dos investidores, apesar dos problemas relacionados à segurança pública, corrupção e infra-estrutura. Grandes redes de varejo, indústrias e empresas prestadoras de serviço investem no Brasil, tendo presente a importância do mercado interno, com o crescimento da renda dos brasileiros, e obviamente, a possibilidade de rentabilidade de seus investimentos. No Rio Grande do Sul, o pólo naval da cidade de Rio Grande deverá ser gerador de novos investimentos, postos de trabalho e renda, multiplicando em muito a oferta de vagas na região, ressalvado a nossas limitações de oferta de trabalho especializado e à formação de nossa mão-de-obra para atender a qualificação necessária no preenchimento destas vagas. Os indicadores são positivos para os próximos anos. A cada ano o mercado de trabalho pressiona a economia para a criação aproximada de 1,5 milhões de novos postos de trabalho, sendo que o PIB teria que crescer pelo menos 5% ao ano, para absorver somente os novos ingressantes na disputa por uma vaga. Portanto, criar condições para o crescimento econômico sustentado, com taxas anuais, no mínimo, iguais a 4% a longo prazo, é uma condição indispensável para a melhoria do mercado de trabalho. Políticas públicas, a exemplo do PAC - Plano de Aceleração do Crescimento, são bem-vindas para aqueles setores com maior potencial de geração de empregos diretos e indiretos em geral, a exemplo da indústria da construção civil, da indústria de transformação, de incentivos ao agronegócio, entre outros, desde que saiam do papel e recebam apoio, independente das questões partidárias e ideológicas de nossos políticos. Resta-nos estar esperançosos com relação ao futuro a partir de 2010, mas precisamos fazer a nossa parte. A possibilidade de cada colaborador contribuir cada vez mais com a geração de utilidade para as empresas e para o mercado são indispensáveis, e pode ser resumida no conceito de empregabilidade. Conhecimento multidisciplinar, força de vontade, entusiasmo, e, principalmente gostar do que se faz, é fundamental, em qualquer atividade que escolhermos. Não basta formação, precisamos estar preparados para nos inserirmos neste mercado, cada vez mais competitivo. Atributos subjetivos, como capacidade de discernimento, de raciocínio, conhecimento geral, facilidade de comunicação, entre outros, complementam o perfil do trabalhador desejado pelo mercado. A formação pode ser pré-requisito para o ingresso no mercado de trabalho, mas para nos mantermos nele, precisamos além da competência, realizar nossa função da melhor forma possível! Aos pequenos e médios empresários, grupo que me incluo, só nos resta continuar trabalhando, gerando empregos, pagando impostos, observando as oportunidades. Não podemos parar de pedalar, a bicicleta pode cair!
Você milionário! Seria possível juntar um milhão?
Uma das grandes aspirações que move a economia moderna é o desejo individual de crescimento e a independência financeira. No liberalismo clássico, o suposto egoísmo individual na busca da realização de lucro, seria entre outras variáveis, justamente a mola propulsora do crescimento econômico. O livre andar da economia ruiu com a crise de 1929, e foi substituído pela intervenção parcial do estado na economia, como fonte geradora de crescimento e desenvolvimento econômico. Tal crescimento movimentado pelo Estado, de maneira especial nos países em desenvolvimento, com as grandes companhias estatais gerando desenvolvimento e renda, não resistiu à geração de déficit, pois gastava mais do que se arrecadava, nem à corrupção, e muito menos à inflação. Logos após, a solução milagrosa da economia passa pelo afastamento do estado, com a venda das estatais, em modelo apelidado de neoliberalismo, representando o afastamento parcial do estado, com o controle do timão da economia sendo movimentado novamente pela iniciativa privada, restando ao estado a função de fiscalizar através das agências reguladoras. Vale salientar que nem estou considerando o absolutismo da intervenção estatal, nos modelos socialistas, visto que o modelo se revelou fracassado com a Perestroika em 1986, com a queda do muro de Berlim em 1989; e, lembrando que o modelo chinês, apesar de comunista, vem na verdade se abrindo ao chamado capitalismo socialista. Mas o leitor pode, a esta altura da coluna, caso não tenha desistido da leitura, se perguntar o porquê desta muito resumida digressão sobre modelos econômicos ou mesmo da historia da formação econômica. Explico: porque entendo que, individualmente, podemos sim fazer a diferença, e, portanto, contribuirmos para a formação da riqueza de um País. Tenho a pretensão de dizer, que se estudássemos economia e finanças no Ensino Médio, poderíamos mudar a história econômica-financeira das pessoas e das famílias, e, no agregado, poderíamos mudar a forma de se tratar este tema em todo País. Apenas como exemplo, sem entrar no mérito, pois minha análise se resume ao ponto de vista financeiro, até pela limitação do espaço, podemos citar o caso da Previdência Social: passamos mais de trinta anos contribuindo todo mês com um valor retido de nossos salários, e quando vamos nos aposentar, corremos o risco de não conseguirmos um mínimo necessário para nossa sobrevivência. Se capitalizarmos todos os valores recolhidos poderíamos ter alcançado nosso primeiro milhão. É um milagre? Afirmo que não! É o poder do juro composto, usado a nosso favor, basta que tivéssemos recebido esta orientação quando iniciados em nossa vida profissional, por isso que ouso falar na importância deste aprendizado no Ensino Médio. Se desde cedo separarmos parte de nossa renda, por exemplo dez por cento de qualquer valor, teríamos na plenitude de nossas vidas, condições de desfrutar de nossa independência financeira. Supondo aplicação em bancos de primeira linha e a inexistência de planos econômicos mirabolantes, podemos contar com a estabilidade econômica pós 1994, para fazermos a seguinte simulação financeira: Se aplicarmos R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais) por mês, durante trinta e cinco anos, a uma taxa de um por cento ao mês, teríamos no final de quatrocentos e vinte meses, aproximadamente, o valor futuro de R$ 964.000,00 (novecentos e sessenta e quatro mil reais). Isto mesmo, quase um milhão de reais! Bom mas se não sou tão jovem e quero fazer a mesma economia, com um período menor, obviamente o depósito mensal deverá ser maior. Apenas para exemplificar, se desejo obter o mesmo valor em 15 anos, minha parcela mensal passará para aproximadamente R$ 1.930,00. O leitor que souber utilizar a calculadora financeira poderá facilmente comprovar os valores que estou aqui demonstrando. Se desejar, desde que se cadastre no site www.infomoney.com.br, poderá na seção “Minhas finanças”, fazer simulações diretamente no site para a busca deste primeiro “milhão”. Repito, muito mais que o valor de um milhão de reais, o que acredito é a mudança de atitude para poupar, em vez do consumo desenfreado. O Resto é conseqüência! De qualquer forma, escrevo com entusiasmo este artigo, porque acredito nesta tese da independência financeira, e do crescimento individual, familiar e do agregado na economia. Quem desejar mais informações a respeito e receber modelos de planilhas no Excel com estas simulações, entre em contato pelo e-mail: profivandro@gmail.com
O crescimento do mercado automobilístico? E a Ford como estará na Bahia?
Na coluna de sexta-feira passada falava de crescimento econômico, poupança e investimento como forma de promover o crescimento econômico, com o título: Você milionário! Seria possível juntar um milhão? Não preciso dizer que recebi alguns retornos em relação a cifra apresentada pelo artigo. A vantagem de escrever uma coluna semanal é que posso complementá-la na semana seguinte. Explico: o valor de um milhão de reais refere-se a um número emblemático na literatura financeira, servindo como exemplo, possível de ser alcançado, talvez improvável, mas não impossível. Obviamente com valores menores depositados mensalmente obtém-se ao longo do tempo montantes menores, mas não menos interessantes. Envelhecer, amadurecer, chegarmos a terceira idade, como queiramos chamar, com algum dinheiro reservado, é melhor do que não separarmos nada. Não esqueçamos que, se nossa expectativa de vida tem crescido nas últimas décadas, está é uma via de mão dupla: quanto mais vivemos, mais precisamos prover recursos para subsistir ao futuro. Mas reconheço que o crescimento individual como forma agregada de garantir o crescimento da economia realmente parece ser uma utopia, cabendo as empresas e aos governos o maior papel de prover condições para que este crescimento seja possível. Sabe-se da dificuldade dos Estados e da União de dispor de recursos para investimento, afinal o tão falado Déficit Público, é público primeiro pela notoriedade, e segundo, pelo esforço que obriga a nós brasileiros a contribuir com impostos, taxas e contribuições diversas. De qualquer forma uma das grandes dúvidas que levaremos para sempre no futuro, é como estaria a região do entorno de Guaíba, e todo a economia do RS, se apesar da dificuldade, o desembolso necessário ao cumprimento do contrato do Governo do Estado com a montadora Ford, com um pouco mais de empenho e vontade política, tivesse sido realizado. Entendo ser este um dos maiores equívocos da história moderna de nosso Estado, um prejuízo talvez nunca mais recuperado, pois o investimento neste caso, alegadamente oneroso aos cofres públicos, seria mesmo assim, um mal necessário ao desenvolvimento e geração de renda de nosso estado, desde que esta análise tivesse sido feito com um mínimo de boa-vontade. Como fazer para reparar a perda dos milhares de empregos que deixaram de ser criados na região metropolitana, e, em especial em Guaíba, com a não realização do projeto pensado para Ford, sem falar na atual duplicação da fábrica na Bahia, conforme amplamente anunciado ainda neste ano de 2009. A planta de um empreendimento deste porte, e a conseqüente matriz produtiva, anterior a montagem do carro completo, com os fornecedores de plásticos, bancos, esponjas, peças, transporte, entre centenas de itens, tendo ainda, cada fornecedor a sua respectiva rede de fornecedores, é complexa e proporciona postos de trabalho importantes, que por sua vez geram renda e impostos. A análise similar das conseqüências no número de vagas ofertadas na cadeia produtiva posterior ao automóvel montado, com a rede de revendedores, consórcios, hotéis, postos de gasolina, oficinas mecânicas, apenas para citar alguns exemplos, seria de igual maneira importante de ser considerado. O governo estaria da mesma forma incentivando e proporcionando aos pequenos e médios empresários, aos trabalhadores e a toda a sociedade, a possibilidade de absorver ganhos deste crescimento disseminado em toda a economia. A Ford poderia ter sido o ponto inicial de referência para desenvolver a metade sul do Estado, entre outros aspectos. Uma pergunta poderia talvez minimizar este sentimento de perda: Gravataí abriria mão dos investimentos realizados na GM ao longo destes anos? A resposta desta pergunta poderia revelar se um esforço similar com a Ford teria valido a pena ou não. Quem sabe uma pesquisa organizada pelo site do jornal poderia nos revelar o sentimento do leitor a respeito. Se desejar entrar em contato direto com este colunista, para criticar, sugerir, opinar, perguntar, por favor, escreva para o e-mail: profivandro@gmail.com
O poder do juro composto e a Alavancagem Financeira: destruição ou criação de valor?
Tenho recebido alguns questionamentos sobre o teor das minhas colunas: Primeiro gostaria de repetir que escrevo com entusiasmo esta coluna semanal, porque acredito nesta tese da independência financeira, do crescimento individual e familiar, como células individuais de crescimento que poderão, inclusive, no agregado, se refletir em toda a economia. Segundo: não existem segundas intenções, porque não pretendo vender investimentos, serviços financeiros ou qualquer outro tipo de produto comercial, apenas, modestamente, contribuir para o crescimento financeiro de nossos leitores, e irradiar possibilidades positivas para o futuro das pessoas. Gostaria de salientar também que, sempre acreditei em poupar dinheiro para aplicação futura, até em virtude de minha origem, bastante modesta, e que cansado das limitações financeiras que passei na minha infância e juventude resolvi deste cedo trabalhar muito, mas sempre pensando em poupar para usufruir em coisas boas: poupar para viajar, comprar bens e serviços para o nosso conforto pessoal, de forma mais racional e inteligente, e conquistar a possibilidade de desfrutar desta independência financeira. No caso de infortúnios futuros, ao menos poder estar minimamente preparado para enfrentá-los. Sou um cidadão comum. Também trabalho, e muito; faço compras a prazo, trajo roupas que também comprei no cartão de crédito, enfrento a correria diária no transito em um automóvel que ainda não está quitado, enfim coisas do tipo. Mas o leitor pode ter a certeza que realizo as coisas que preconizo na coluna. Faço aplicações em renda fixa mensalmente; tenho capitalizações mensais, que levam a uma reserva forçada de dinheiro, entre outros aspectos financeiros em que procuro compensar os eventuais, eu diria, inevitáveis juros de parcelamentos que por ventura possa ter assumido. A questão é que não podemos comprometer toda a nossa renda com estes parcelamentos. O juro composto quando só pagamos, e não recebemos, sob nenhuma hipótese, é como um câncer que consome toda a nossa renda, nossa capacidade presente de pagamento, e também a possibilidade futura de crescimento. Trabalho com muita insistência com meus alunos o conceito de Alavancagem Financeira, que significa utilizar recursos de terceiros para que possamos crescer além do nosso patrimônio atual. Explico: quando compramos um carro financiado em 60 vezes, não necessariamente precisa ser um mau negócio do ponto de vista financeiro. Se não dispomos de capital próprio para comprar, e se este carro estiver sendo utilizado de forma produtiva, a serviço de uma atividade que gere recursos além do custo do financiamento, estarei utilizando recursos de terceiros, que poderão na atividade que desempenho, proporcionar recursos excedentes ao custo deste financiamento, gerando então a chamada alavancagem financeira para o crescimento individual, da empresa ou do prestador de serviço. Este conceito pode ser visualizado nos financiamentos de veículos para profissionais liberais, a exemplo dos motoboys, taxistas, ou pequenos e grandes empresários na formação da sua frota, entre outros exemplos. Acontece que, quando realizamos este tipo de financiamento, apenas para utilização pessoal de um automóvel, ou trocamos o celular, ou compramos uma geladeira nova, estamos adquirindo, na verdade, mais um compromisso, mais uma dívida, muito mais do que um bem ou um ativo; na verdade apenas mais um passivo. Quando afirmava que podíamos mudar nosso futuro com a mentalidade de primeiro poupar, depois consumir, é o sonho de utilizar o poder do juro composto, a nosso favor. Cuidado com as armadilhas até mesmo anunciadas na mídia, com relação a financiamentos de carros novos, e as facilidades das chamadas Ações Revisionais, para a redução das prestações. Não entendo como ainda são permitidas propagandas deste tipo: Possibilidades de redução das mensalidades dos financiamentos em primeira instância podem ser revertidas em instâncias superiores na justiça, tornando-se um problema grave no futuro. Não podemos esquecer que ao assinarmos um contrato deste tipo, devemos ter conhecimento do prazo, do número de prestações e da taxa de juros contratada, e que, ao menos em tese, sabemos o que estamos assinando, e, não estamos sendo coagidos. Na melhor das hipóteses, quem ganha uma ação em primeira instância deste tipo, deveria colocar na poupança a diferença não paga na parcela, ou depositar o valor em juízo, porque no final tudo poderá voltar com juros e correção monetária. A promessa de vantagem hoje, pode se tornar um grande problema amanhã, sem falar que, uma ação revisional das prestações na justiça trará dificuldades futuras ao autor para comprar um novo automóvel financiado... Isto os profissionais que oferecem este serviço não dizem?! Para quem desejar entrar em contato com este colunista: profivandro@gmail.com
Investir em Ações: o atrativo mercado de renda variável.
A ação de uma empresa representa a menor fração de seu capital, ou seja, quando a empresa realiza o lançamento de suas ações no chamado Mercado Primário em busca de novos recursos, abre seu capital para a captação de novos sócios, visando atrair novos recursos. Os volumes obtidos nesta etapa, resultante da venda de papeis pelas corretoras são repassados diretamente às empresas. O capital obtido pode então ser investido na ampliação da empresa, o que por sua vez pode proporcionar a abertura de novas vagas no mercado de trabalho, o aumento da renda dos trabalhadores, o aumento do consumo, movimentando, no agregado, toda a economia. Isto estimula novos negócios, e faz com que a lucratividade das companhias cresça, bem com a sua valorização nas bolsas. Isto gera um ciclo virtuoso da economia. Com os papeis em alta, novos investidores são atraídos, o que proporciona liquidez, e mantém a valorização das ações. Nesta etapa da compra e venda de ações com a abertura de capital das empresas ao adquirir papeis, diretamente no chamado mercado primário, o investidor estará se tornando um sócio minoritário da empresa, a depender do valor e do tipo de ação adquirida, mas que pode garantir rendimento ao investidor de duas formas: através da valorização da empresa, e como conseqüência, das ações que foram adquiridas; e, por meio da distribuição de dividendos, que nada mais é que a distribuição de uma parcela do lucro líquido da companhia aos seus acionistas, sendo maior ou menor, o valor recebido a titulo de dividendos, a depender da quantidade de ações que possuímos, e, obviamente do lucro realizado pela empresa. Além disso, para quem possui ações no mercado primário alguns benefícios são previstos, entre eles, o chamado direito a subscrição para garantir a possibilidade de novas aquisições, antes da oferta ao mercado em geral. Mas é no chamado Mercado Secundário que a maioria dos investidores atua, e a BOVESPA - Bolsa de Valores de São Paulo passa ter um papel ainda mais importante, através da administração e do gerenciamento do mercado, pois é ela que garante as negociações, a liquidez e a transparência das transações. É nesse mercado que os papeis são comprados e vendidos, trocam de mãos entre vendedores e compradores como um grande leilão, cujos recursos não vão para as empresas, e sim transitam no mercado financeiro pelos interessados em comprar e vender estes papéis. Um investidor resolve comprar ações, e para isso, envia uma ordem de compra a corretora de sua preferência, para comprar papeis que estejam com previsão de valorização e boa liquidez. Quando o operador da corretora realiza o negócio, após a liquidação financeira, isto é, após o pagamento da operação, este investimento no mercado secundário consiste na transferência da propriedade virtual das ações, sem que estejamos comprando efetivamente uma parte da empresa representada na aplicação que fizemos. Vale salientar que tanto a aplicação em ações, no mercado primário, adquirindo uma cota parte da empresa, com direito a dividendos; quanto as aplicações no mercado secundário, com a simples compra e venda dos papeis com rentabilidade lastreada em ações, ou mesmo aplicações em Fundos de Investimento Financeiro, lastreados em ações, são aplicações em renda variável, isto é, não existe como garantir a rentabilidade do aplicador, já que o valor das ações pode ser ajustado para cima, ou para baixo a depender de uma série de fatores macroeconômicos nacionais e internacionais, vide crise de 2008; de fatores setoriais; e do próprio desempenho da empresa. A taxa de crescimento da economia é um dos itens que interferem no comportamento das ações, por exemplo, quando a expectativa dos agentes é de crescimento sustentado, espera-se uma maior lucratividade por parte das companhias e o preço das ações tende a subir. Como exemplo, pode-se citar as empresas de construção civil e do setor aéreo, entre outros setores, propensas a ganhos diferenciados em virtude dos investimentos futuros na área de habitação e de infra-estrutura, até mesmo pela Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. Vale salientar que a perspectiva futura do mercado de ações pode ser avaliada através da chamada Análise Técnica e da Análise Fundamentalista, cujas análises serão objeto de nossa coluna da semana que vem. De qualquer forma, antes de decidir aplicar em renda variável, que são investimentos lastreados em ações, procure seu gerente de confiança, mas lembre-se: só aplique em renda variável os valores que estejam disponíveis a longo prazo. Para quem desejar maiores informações, criticas e/ou sugestões, pode entrar em contato com este colunista: profivandro@gmail.com
Consumo x consumismo: o “efeito vizinho”.
Por que as pessoas compram tanto? Na literatura econômica questões relacionadas a satisfação do consumidor, apresentam a expressão “rendimentos marginais decrescentes”, como o resultado de que a satisfação do consumidor é cada vez menor, à medida que consumimos uma unidade adicional de um mesmo produto, de tal modo, que uma vez que nossas necessidades básicas estejam satisfeitas, como alimentação, moradia, vestuário, transporte, entre outras variáveis, acréscimos que recebemos em nossa renda, isto é, aumentos de salário, podem se transformar em poupança, e não em consumo direto simplesmente. Explico: em tese, se estamos com sede, por exemplo, um copo de água no deserto vale muito. Lembra do refrigerante provoca a nossa sede! Esquece, este exemplo só é válido para os mais “experientes”. Voltamos aos copos de água: Dois copos continuam valendo bastante. Três copos, talvez um pouco menos. Trinta copos de água para serem bebidos na mesma hora, não se referem ao consumo normal de água, lembrando que em nosso exemplo, não estamos falando na possibilidade de armazená-la. Após nossa sede saciada, copos adicionais de água, passam a não ter valor adicional, isto é, uma utilidade cada vez menor a cada unidade adquirida, pois é impossível acrescentar novos copos de água em nosso consumo imediato. Ficou ainda complicado entender que acréscimos adicionais no consumo de um mesmo produto, proporcionam ao consumidor uma satisfação adicional cada vez menor? Vamos com outro exemplo: Um televisor de 42 polegadas, é um produto caro, mas interessante para colocar em nosso quarto. Dois televisores, três televisores, no mesmo quarto?...Tudo bem, até pode ser, imaginando um em cada canto, sintonizado em canais diferentes... Mas e vinte televisores, de forma que se torna quase impossível entrar no quarto, faz com que uma unidade adquirida a mais de TV para este quarto, não se torne interessante, nem que seja recebida de graça, pois precisaríamos colocar as tv’s pela janela, para que possamos entrar. Novas unidades de um produto para o nosso consumo, qualquer que ele seja, oferecem, portanto uma satisfação cada vez menor, tendendo a zero, ou até mesmo se tornar um problema, perdendo totalmente a sua utilidade, como no exemplo das tv’s, e portanto em economia, diminuindo o seu valor também econômico para quem consome. Mas se isto é verdade, porque não conseguimos parar de consumir? Sentimentos como necessidade de status, de reconhecimento do outro, inveja, intolerância, ilusão de satisfação, culpa, bem como da armadilha da repetição e, olha que interessante, o efeito da opinião do vizinho, pode ser determinante na hora de comprarmos mais do que precisamos, e, principalmente, mais do que podemos pagar. Estas conclusões podem ser encontradas no livro “As Armadilhas do Consumo” de Márcia Tolotti, da Editora Campus, abordando o questionamento que muitas vezes tratamos em nossa coluna. Além da variável “vizinho” se observarmos a indústria, o comércio, a publicidade, o marketing, estamos sempre nos defrontando com “novos” produtos, novos modelos, e, portanto sempre estamos desatualizados. Um carro de 2007 é um bom carro, mas não tem o mesmo significado de um carro de 2010. Portanto a publicidade, o marketing tem o papel de criar novos produtos, mas principalmente, novas necessidades, que faz com que nossa lei dos rendimentos marginais decrescentes vá para o espaço, pois nossas necessidades, nem tão básicas assim, nunca estão totalmente satisfeitas, e o consumo sempre continua latente em nós. Por isso temos dificuldade de reservar algum dinheiro para poupar. As nossas necessidades nunca estão satisfeitas, afinal sempre há um novo celular, um novo equipamento, algum produto novo para suprir nossas “necessidades crescentes”. Para investir bem, é preciso parar de perder: parar de comprar mal e pagar o mínimo possível de juros. A poupança prévia é uma das possibilidades de se combater e romper com a cultura do endividamento. Ao nos educarmos financeiramente, podemos ser mais racionais, de forma a não cairmos em armadilhas como o parcelamento do cartão de credito. Comprar no cartão de crédito é interessante, mas se cairmos na tentação do parcelamento, estaremos pagando sobre o saldo não pago, juros muitas vezes superiores ao cheque especial. As vezes parece inevitável, mas utilizar o cartão de crédito e o cheque especial como complemento da renda, pode inviabilizar qualquer orçamento. Financiamentos longos forçam o pagamento de juros cada vez maiores na mesma proporção que as prestações ficam supostamente mais tentadoras. Sendo assim, seguir um planejamento financeiro, é indispensável para que os gastos em supérfluos, não se transformem em problemas. Consumo é prazeroso, é necessário e fundamental para a economia. Consumismo sem controle é escravizante, tendo o endividamento como conseqüência. Vencer a necessidade de performance e a distinção entre as condições reais e a aparência, do TER como regra de aceitação social, pode ser mais interessante do que parece. Informações, criticas e/ou sugestões, pode entrar em contato com este colunista: profivandro@gmail.com
Catástrofe no Haiti, em Angra, Candelária, Agudo, Três Coroas, Igrejinha, ...
Muito difícil fazer qualquer comentário após a tragédia que abateu o Haiti, cuja crise e a miséria se agrava ainda mais após a destruição causada pelo terremoto que dizimou milhares de vidas naquele País. Um País a beira da miséria que buscava seu caminho com a ajuda das Nações Unidas, cuja origem podemos nos reportar a uma invasão espanhola em 1492, que escravizou e matou quase todos os índios e nativos da região. A parte oeste da ilha (atual Haiti) foi cedida à França em 1697, e os franceses passaram a cultivar cana-de-açúcar utilizando mão-de-obra escrava africana. Influenciados pela revolução Francesa, os escravos se rebelaram em 1791 e conquistaram sua independência apenas em 1804, e se tornaram a primeira nação negra das Américas. Em 1806, um golpe da elite mulata tomou o poder. Já em 1814 o lado leste da ilha foi retomado pela Espanha. Os Estados unidos fizeram uma ocupação no território do Haiti entre os anos de 1915 e 1934. François Duvalier foi eleito presidente do Haiti em 1957, quando instalou uma ditadura com perseguição aos opositores e à igreja Católica, espalhando medo, terror e morte por todo país. Com sua morte em 1971, seu filho Jean-Claude Duvalier, assumiu o poder, com poucas mudanças em relação ao regime aplicado por seu pai. Em 1986, com o aumento dos protestos populares ele fugiu para a França. O Padre Aristide tornou-se presidente após as eleições de 1990. Um golpe militar no ano seguinte levou Aristide a ser deposto. Os Estados Unidos e a ONU pressionaram o país para que Aristide voltasse a governar a nação. Em 1994 o Haiti foi ocupado por uma força multinacional, a qual concedeu o poder novamente a Aristide. Após as eleições de 2004, grupos rebeldes começaram um levante armado que se espalhou pelo país, o que fez com que o Aristide renunciasse ao governo. A ONU aprovou o envio de tropas armadas para o Haiti, na tentativa de restabelecer ordem. Dos 8 mil soldados enviados, a maioria é de brasileiros, pois o Brasil foi o país que mais cedeu homens para a missão e foi escolhido para comandar a operação, a qual continua até os dias atuais. Muitos países se tornaram marginalizados em conseqüência das dificuldades com a sua infraestrutura, com a política opressora de seus governantes, instituições fracas e governos corruptos. A implicação disso é que a mudança de regime para a democracia, exige não somente a abertura das nações ao comércio, ao investimento, ao desenvolvimento, mas também ações complementares em várias áreas, a exemplo das diversas missões internacionais no Haiti. O terremoto aprofundou a catástrofe existente. Milhares de vidas ceifadas, inclusive de muitos valorosos brasileiros, anônimos ou não, que colocavam sua vida à disposição daquele povo sobrevivente. Espero que possamos aprender com esta catástrofe. Aprender com a necessidade de solidariedade, de ajuda mútua, mas também de respeito a natureza, relacionado as questões ambientais, a exemplo do aquecimento global, do desmatamento, do tratamento dos resíduos, do lixo, problemas intrinsecamente mundiais. Estes problemas exigem cooperação internacional e com vontade política, a cooperação torna-se mais fácil em um mundo integrado. Perdoem-me os leitores, pois com todo respeito às vitimas no Haiti, não poderia deixar de lembrar as nossas catástrofes internas: o desastre de Angra dos Reis, que transformou um paraíso natural em sinônimo de morte e destruição, cujas conseqüências além das vidas ceifadas, será lançar centenas de pessoas à rua, com a destruição e a interdição de suas casas, suas posses, seu tudo. As cheias em Agudo, a queda da ponte, as enchentes no interior de nosso estado, as safras, e, principalmente, as vidas perdidas...a exemplo de Santa Catarina, onde os recursos demoram a chegar. Aliás, para os nossos nativos, parece que os recursos nunca chegam... É louvável agilidade das autoridades no atendimento da catástrofe do Haiti, pela dimensão da catástrofe, pela magnitude da destruição, pelo histórico daquele Pais, até pelo que relatei anteriormente, mas fica o desejo que a agilidade das autoridades brasileiras também possa ser aplicada internamente em nosso País. Informações, criticas e/ou sugestões, pode entrar em contato com este colunista: profivandro@gmail.com
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